segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O Pássaro Pardo













Áh, as surpresas da vida!

Enquanto eles se agrediam com suas buzinas gritantes, por causa da longa fila de engarrafamento, eu ouvia meu mp4 reclinado na poltrona daquele ônibus entediante. Mal sabia eu, o que me aguardava mais a “frente”, foi quando fui surpreendido pelo pouso de um lindo pássaro pardo, tive a sorte sublime dele aparecer pra mim pela segunda vez. 

Foram muitas surpresas juntas... Eu sempre tive uma queda por pássaros coloridos e desprezava aqueles de cores monocromáticas, mas aquele pássaro tinha algo especialmente intenso em sua cor, suas penas pardas brilhavam e me fizeram repensar meu conceito de beleza, graça e vida.

Pensei que eu não conseguiria mais perder o fôlego através da contemplação do belo, ainda bem que aquele pássaro me fez perceber que eu estava muitíssimo enganado.

O engraçado é que ele não precisou cantar, não precisou se exibir fazendo o que todos fazem, simplesmente ser pássaro foi o suficiente para me arremessar à sensações que ha muito não vivia, sensações da adolescência.  

Apesar de não durar muito tempo, foi tempo suficiente para me fazer entender que a vida é cheia de possibilidades, ora, mais eu já sabia disso! Eu pensei que eu sabia, mas sempre que pensava em possibilidades eu não incluía algumas, essas pra mim já estavam no campo dos impossíveis.

É assim mesmo, acreditar no impossível/possível fora de nós é fácil, mesmo que nunca alcancemos,  ainda assim é fácil; difícil mesmo é crer no possível/impossível que está dentro de nós. Estou falando da disposição de crer que os começos e recomeços são possíveis, que você pode amar de um jeito novo alguém que está ao seu lado a muitos anos, ou que pode aprender a amar um outro alguém. Que você pode se superar, se emocionar  novamente, chorar de alegria, se arrepiar de ternura, ser criança...

A beleza da vida está exatamente nesse constante refazer-se, repensar-se e outros rés mais... rs Porém pra isso, é necessário muita coragem, pois com o tempo o gesso das nossas dores não superadas nos imobilizam.

 O que eu não sabia era de onde vinha essa coragem; foi aí que o pássaro me ensinou pelo menos um primeiro motivo, o encanto. 

Um simples pássaro pardo, tanta vida! É possível, deixe-se encantar!!! 

Léo Dias

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