terça-feira, 28 de agosto de 2012

A Súplica do Amor


















Por favor, libertem-me!

Tirem-me da jaula dos conceitos!

Socorram-me dos labirintos filosóficos!

Salvem-me do mar das idealizações!

Acudam-me das tempestades de desejos!

Protejam-me das gaiolas das possessões!

Valei-me da felicidade utópica!
...

Sou borboleta, sou beija flor..
Sou riso, sou dor..
Sou frio, sou calor..
Sou cheiro, sou flor..
...

Sou lago, sou rio..
Sou lugar, sou caminho..
Sou água, sou vinho..
...

Sou palpável, sou abstrato..
Sou transcendente, sou imanente..
Sou graça, sou vida..
...

Sou Amor, Sou Deus.. 

Léo Dias

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Da Minha Solidão























Arthur Schopenhauer já dizia: “A solidão é a sorte de todos os espíritos excepcionais”.

Por alguma razão que deve estar escondida nas entranhas do meu ser, a solidão me é uma companheira tão fascinante quanto à presença de pessoas afáveis. 

Sou apaixonado por gente, gosto de compartilhar meus momentos com aqueles que amo, especialmente com os cúmplices rss. Pra mim, são as pessoas que dão sabor, sentido e cor a nossa existência, e isso é divino; mas quem disse que estar sozinho é de fato estar só? E quem falou que o contrário também é verdadeiro? Existe muita gente rodeada de pessoas, porém carregando um isolamento mórbido em seu ser. 

Eu não penso que solidão precisa ser sempre acompanhada de melancolia e pré-disposição para reações depressivas, não; um retiro solitário na verdade pode ser uma oportunidade de vários encontros, com você mesmo e com inúmeras pessoas que não tem oportunidade de lhe interpelar enquanto está no meio da multidão e dando atenção a inúmeras solicitações. 

Quando foi a ultima vez que você bateu um papo franco e sincero com você mesmo? Sua própria companhia lhe é bem vinda ou você prefere fingir que és irremediavelmente uma pessoa indivisível e incapaz de estabelecer um auto diálogo?

Por outro lado, existem experiências, pessoas e vozes que só terão oportunidade de despertarem dentro de você na solitude, e todas elas têm uma importância singular na sua jornada de desenvolvimento e amadurecimento para seu bem-estar integral. 

A solidão também é parceira da sua mais íntima autenticidade. Aquilo que você não tem coragem de fazer (ser feliz, por exemplo) na frente das pessoas – por timidez ou vergonha - no momento solitário você desprende-se do pavor do olhar especulativo dos outros e por um momento vive a arte de ser criança, entregando-se aos ritmos dos seus instintos mais legítimos.  

Quero sim, sempre que preciso for, bailar com a solidão. Quero fechar os olhos e abrir meu coração - para vozes esquecidas, experiências não significadas, melodias despercebidas e sabores inexprimíveis - sem medo de SER. 

Léo Dias

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

A Alma e o Simbólico
























Quem despreza o poder do simbólico nas relações interpessoais perde oportunidades inimagináveis de acessar sentidos e sensações ocultas, ainda desconhecidas de si. 

É uma ignorância sem tamanho, achar que só existe um meio de duas pessoas experimentarem-se e receberem em seu íntimo os estímulos do outro. Ei, mortais... Escutem, alma também faz amor!! 

Na verdade toda experiência íntima entre corpos, que de tão extasiante e intensa se eternizam em nossa memória, antes começou com o flerte das almas; e é aqui que o simbólico tem importância fundamental, pois a alma alimentá-se de símbolos. Ela necessita de arte, poemas, sons, risos, letras, objetos, etc. 

O êxtase da alma consiste em sentir o cheiro de alguém que está a milhares de quilômetros de distancia, ou que nem “estar” mais aqui; tocar um mesmo objeto que foi tocado por alguém e sentir a textura da pele dessa pessoa; perceber o pulsar do coração do escritor nas letras de uma carta que lhe foi remetida. 

Infelizmente não se tem mais tempo nem sensibilidade pra isso. Agora é tempo de comer sem cheirar, beijar sem “cantar”, transar sem “olhar”. 

A maioria dos mortais só conhece um tipo de orgasmo, enquanto a integralidade de nossa estrutura humana nos permite infinitos.. Deus deve lamentar profundamente, que não acessemos as inúmeras possibilidades de dar e sentir prazer nesse universo de potencialidades que ele nos presenteou. Perdoa-nos Pai! rs. 

Oxalá Deus me abençoe com sensibilidade! Quero continuar sentindo cheiros inefáveis, gostos indeléveis e sensações transcendentes, somente pelo contato de minh’alma com os símbolos que represente a “concretude” dos meus desejos.

Léo Dias 

 
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