Dei gratia – Gerar, sustentar e manter a vida em amor, imerecidamente.
A tentativa de retribuir e achar que é mérito nosso o sublime e gracioso amor de Deus será sempre uma armadilha em potencial a encapsula-se na religiosidade fria e teologia medíocre e desumana da interpretação da vida por causa e efeito.
Jesus veio dissipar de nós o sentimento de eternos endividados e culpados por uma consciência construída baseada no senso bifurco do certo e errado e derramar em nosso interior sede de vida.
Viver de graça na Graça é ter a consciência inundada de gratidão e convicção de que somos frutos de um Deus que transbordou em amor e que por ser encantado revelou-se cedendo espaço para nossa existência livre.
Que me perdoe os teologicamente corretos, mas a ultima cena que me assaltou e me fez pensar sobre viver de graça na Graça foi a de um bêbado que estava entre tropeços e gargalhadas passando pela rua. Fiquei observando a inocência e desprendimento daquele encachaçado a se divertir com seus próprios percalços; ele estava de graça!!! Acessível a quem quisesse se aproximar e ávido por uma parceria.
Naquele momento percebi que para não desvalorizarmos o preço impagável (pago) da graça deveríamos viver como aquele cidadão. Não estou falando de irreverência, displicência e irresponsabilidade; não, estou falando de contentamento confiante, franqueza, abertura, entrega.
Quem ta de graça não é dono de nada e sabe que tem tudo, não tem nem um tipo de meta para alcançar aceitação nem significado dos outros, apesar de saber que é uma obra inacabada e pode ser alguém bem melhor, e ver no próximo um amigo em potencial e no amigo um tesouro imensurável.
Quem ta de graça sabe que alguns tombos levados, apesar de evitáveis e das cicatrizes deixadas, encontram no colo do Deus da Graça amor e misericórdia suficientes para levantar e seguir celebrando com outros pinguços da jornada.
Quando você me ver de graça cole comigo na Graça. rs
Quando você me ver de graça cole comigo na Graça. rs