quinta-feira, 16 de agosto de 2012

A Alma e o Simbólico
























Quem despreza o poder do simbólico nas relações interpessoais perde oportunidades inimagináveis de acessar sentidos e sensações ocultas, ainda desconhecidas de si. 

É uma ignorância sem tamanho, achar que só existe um meio de duas pessoas experimentarem-se e receberem em seu íntimo os estímulos do outro. Ei, mortais... Escutem, alma também faz amor!! 

Na verdade toda experiência íntima entre corpos, que de tão extasiante e intensa se eternizam em nossa memória, antes começou com o flerte das almas; e é aqui que o simbólico tem importância fundamental, pois a alma alimentá-se de símbolos. Ela necessita de arte, poemas, sons, risos, letras, objetos, etc. 

O êxtase da alma consiste em sentir o cheiro de alguém que está a milhares de quilômetros de distancia, ou que nem “estar” mais aqui; tocar um mesmo objeto que foi tocado por alguém e sentir a textura da pele dessa pessoa; perceber o pulsar do coração do escritor nas letras de uma carta que lhe foi remetida. 

Infelizmente não se tem mais tempo nem sensibilidade pra isso. Agora é tempo de comer sem cheirar, beijar sem “cantar”, transar sem “olhar”. 

A maioria dos mortais só conhece um tipo de orgasmo, enquanto a integralidade de nossa estrutura humana nos permite infinitos.. Deus deve lamentar profundamente, que não acessemos as inúmeras possibilidades de dar e sentir prazer nesse universo de potencialidades que ele nos presenteou. Perdoa-nos Pai! rs. 

Oxalá Deus me abençoe com sensibilidade! Quero continuar sentindo cheiros inefáveis, gostos indeléveis e sensações transcendentes, somente pelo contato de minh’alma com os símbolos que represente a “concretude” dos meus desejos.

Léo Dias 

 

2 comentários:

  1. Poxa, texto profundo e sábio! Digno de leitura diária! Abraços!

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  2. Léo, quando crescer quero escrever assim. Risos!

    Não me surpreende ler um texto inteligente e reflexivo de sua autoria. Parabéns

    Abração!

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