Quem despreza o
poder do simbólico nas relações interpessoais perde oportunidades inimagináveis
de acessar sentidos e sensações ocultas, ainda desconhecidas de si.
É uma
ignorância sem tamanho, achar que só existe um meio de duas pessoas
experimentarem-se e receberem em seu íntimo os estímulos do outro. Ei,
mortais... Escutem, alma também faz amor!!
Na verdade toda experiência íntima
entre corpos, que de tão extasiante e intensa se eternizam em nossa memória,
antes começou com o flerte das almas; e é aqui que o simbólico tem importância fundamental,
pois a alma alimentá-se de símbolos. Ela necessita de arte, poemas, sons,
risos, letras, objetos, etc.
O êxtase da alma
consiste em sentir o cheiro de alguém que está a milhares de quilômetros de
distancia, ou que nem “estar” mais aqui; tocar um mesmo objeto que foi tocado
por alguém e sentir a textura da pele dessa pessoa; perceber o pulsar do
coração do escritor nas letras de uma carta que lhe foi remetida.
Infelizmente não
se tem mais tempo nem sensibilidade pra isso. Agora é tempo de comer sem
cheirar, beijar sem “cantar”, transar sem “olhar”.
A maioria dos mortais só conhece um tipo de
orgasmo, enquanto a integralidade de nossa estrutura humana nos permite
infinitos.. Deus deve lamentar profundamente, que não acessemos as inúmeras
possibilidades de dar e sentir prazer nesse universo de potencialidades que ele
nos presenteou. Perdoa-nos Pai! rs.
Oxalá Deus me abençoe
com sensibilidade! Quero continuar sentindo cheiros inefáveis, gostos
indeléveis e sensações transcendentes, somente pelo contato de minh’alma com os
símbolos que represente a “concretude” dos meus desejos.
Poxa, texto profundo e sábio! Digno de leitura diária! Abraços!
ResponderExcluirLéo, quando crescer quero escrever assim. Risos!
ResponderExcluirNão me surpreende ler um texto inteligente e reflexivo de sua autoria. Parabéns
Abração!