quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Emoções



Hoje resolvi ver o espetáculo do pôr do sol de um lugar diferente, sentei-me na borda macia da nuvem mais próxima àquele fenômeno alucinante.

Enquanto degustava os últimos raios tímidos daquele gigante pulcro, que se escondera para escolher a roupa que usaria no dia seguinte, fui surpreendido por um forte assobio que assustou-me agradavelmente. Era a esperança estendendo as mãos e me convidando para brincar de saltar nas estrelas fazendo-as de escadas e caminhos para chegarmos à festa que eu havia sido convidado; foi o que me sussurrou bem baixinho minha anfitriã, a alegria.

Logo que eu pisei naquele ambiente iluminado percebi que haviam sido reservadas duas cadeiras, uma pra mim e outra para felicidade. Ficamos ali sentados por alguns minutos nos olhando sem dizer uma palavra, enquanto meu rosto resplandecia com uma luminosidade que vinha do chão; foi quando percebi uma pequena cortina se abrindo, e aparece a paixão e o desejo com sorrisos de um canto a outro da face, uma com a sanfona nas mãos e o outro com a zabumba; eles começaram a tocar um forró com sabor de rapadura e eu não me contive peguei a felicidade pelos braços e num salto arrochei ela pra bem perto do meu peito. Notei certo embaraço da parte dela no início, que foi se esvaindo enquanto éramos aquecidos com um licor possante que a alegria trouxe pra nós. 

A tristeza me pediu pra dançar, mas a felicidade segurou bem forte minhas mãos e girou-me extravagantemente ignorando aquele pedido. A música não parecia ter fim. De repente ouvi no sistema de som que especialmente naquela noite o dono do bar daria uma canja para homenagear um casal especial que ele ficara observando por longas horas, se referia a mim e a felicidade. Fiquei curioso para conhecê-lo, mas logo essa euforia converteu-se em decepção, era um velhinho, acabadinho tadinho, e eu não botei fé na sua capacidade, logo pensei: uhm... a noite tava tão boa, agora esse coroa aí só porque é dono do bar vem bagunçar a festa, foi quando ele começou a cantar Emoções do Roberto Carlos, fiquei paralisado pois eu conhe
cia aquela linda voz, era o amor, cantando pra mim; a felicidade se emocionou e não conseguimos mais dançar. Ficamos ali parados assistindo aquele momento lindo.

A parte mais emocionante foi quando a melodia silenciou-se e o amor olhando pra nós disse: Se chorei ou se sorrir, o importante é que emoções eu vivi... 
Ao findar da música o dia vinha amanhecendo e ele veio pessoalmente nos trazer até a porta, perguntei: qual o nome do seu bar? Ele me mostrou uma placa enorme que eu não havia notado, lá estava escrito VIDA. Antes de me despedir quis saber os horários de funcionamento, pois queria voltar o mais breve possível, ele me deu um cartãozinho azul que bem no rodapé em letras miúdas informava a disponibilidade do bar. La estava escrito: Eternidade.

5 comentários:

  1. Leoooo... q massa seu conto... Me empresta esse cartão azul, quero viver lá... na eternidade... Eii Leo nunca fui em um bar chamado eternidade... mas ja dancei um forró com uma menina que ficou eternizado... E seus amigos todos estavam lá... A felicidade, a alegria, o amor... Lembrei imediatamente dessa experiencia qd li seu texto...

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Olá meu pastor! Sua experiência foi fantástica. O q penso ser mais interessante nisso tudo é que tenho absoluta certeza que vc viveu isso mesmo! Adoro sua capacidade de transcrever momentos único q se eternizaram.
    Um xero meu lindo!

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  4. Transcedental, com sensações demasiadamente humanas!
    O que nos diferencia dos anjos? O amor, a possibilidade de amar, de ações e de eternizar!
    E vc, eternizou magistral-mente sua experiência por meio das palavras! Abraço!!
    Visite: www.anaconfabulando.blogspot.com

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